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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Verdade Sobre o Brasil

*texto traduzido e adaptado do original: The Truth About Brazil; postado originalmente aqui.

Crítica escrita por um dinamarquês que conheceu o Brasil, em resposta a diversos brasileiros que entravam na maior comunidade da Dinamarca do orkut para depreciar o país escandinavo, na maioria das vezes sem grande embasamento ou sutileza em suas colocações:


"Agora que vejo que tem tantos palhaços invejosos aqui, que não tem nada melhor pra fazer de suas vidas a não ser vir a uma comunidade da Dinamarca e expressar o quanto eles desgostam do país, acho que é hora de atirar de volta ao Brasil.

Sei absolutamente todo tipo de problemas que um estrangeiro pode ter no Brasil, e penso que assim posso poupar algum estrangeiro desavisado de muitos problemas - o que foi a maior razão de eu ter escrito essas coisas, e faço-o por anos.

Claro que possuo um certo grau de satisfação pessoal ao fazer isso; visto que fui maltratado por brasileiros em algumas situações e sei que não sou o único. Então quando tentam me calar quando digo essas coisas, fico com ainda mais raiva e determinação de dizer o que eu quero.

Considero minha visão extremamente bem fundamentada, baseada não somente em experiência própria, mas em centenas de outros estrangeiros que conviveram com brasileiros intercambistas e que assim adquiriram ainda mais conhecimento sobre sua cultura, tanto quanto é possível adquirir sendo um estrangeiro. Ademais, já visitei o país várias vezes, falo sua língua, etc.

Você pode se perguntar o que é mais provável; que pessoas do mundo inteiro conspiram juntas para mentir sobre o Brasil e os brasileiros estão dizendo a verdade, ou o que pessoas de diferentes origens e com diferentes experiências dizem é verdade e são os brasileiros que tem um problema ao encarar diversas complicações em sua cultura. Acho que a resposta pra essa pergunta é bastante evidente.

Agora é fácil identificar diversos tipos de comportamento. Mas o que é mais difícil é saber por que pessoas se comportam de certas maneiras. Posso observar como os brasileiros se comportam, mas as razões psicológicas mais profundas que os motivam, são algo sobre o que eu só posso especular.

Ainda assim acho que ouso especular um pouco, pois acredito que faça sentido em virtude de outros comportamentos irracionais que os brasileiros frequentemente demonstram. Então, no fim farei uma conclusão nas minhas observações.

Isso não será um quadro completo de como eu penso que o Brasil é, haverá um foco nos aspectos negativos do país nesse texto. Não quer dizer que eu acho que não há nada de bom no país e na sua população.






Parte 1: A reação alérgica contra estrangeiros que os criticam


Bom, se você nunca esteve no Brasil, deve estar se perguntando o que tem demais nisso; ok, não é legal ser criticado mas você certamente não pode esperar que todos gostem de você... e aí?

Mas pra muitos brasileiros é realmente um escândalo se um estrangeiro expressa críticas a sua cultura. Quando na realidade, em algumas situações eles preferem impedir que os outros tenham qualquer tipo de opinião sobre eles ou seu país do que ouvir qualquer tipo de coisa. Qualquer um que tenha frequentado essa comunidade ao longo dos anos sabe o quão sensíveis eles são quando um estrangeiro diz algo ruim sobre eles. Até a mínima coisa pode se tornar um escândalo. É um tipo de supersensibilidade que eu nunca percebi em relação a outro país.

Os estrangeiros inexperientes, que não tenham ideia do tipo de colméia em que estão colocando a mão, ficarão chocados. Especialmente se ele apenas a tocar por acidente.

O estranho é que ao conversar sobre essas coisas entre duas pessoas, não parece ser um problema falar as verdades sobre um brasileiro. Mas num lugar público como esse, eles frequentemente reagem como se estivessem querendo lhes arrancar os dentes sem nenhuma anestesia.

Eu sei, você deve estar pensando: "Por que falar dessas coisas, se eles não gostam disso?" Claro, em circunstâncias normais não haveria motivo para fazer isso. É sempre uma boa ideia ser um pouco diplomático quando você viaja ou vive num país estrangeiro. O problema é que os brasileiros são TÃO sensíveis, que eles podem ser difíceis de ser evitados. E você não deve esperar nenhum tipo de respeito ou que admitam que você está certo se você souber do que está falando. E em momentos de raiva e negação, algumas vezes te acusam de ser racista.

Essa não é uma boa maneira de se comportar, especialmente levando em consideração que eles sabem perfeitamente que você tem razão no que está falando. Então, é claro, fico um tanto desanimado quando confrontado com esse tipo infeliz de comportamento. Eu só não vou aceitar que pessoas me tratem desse jeito. O que essas pessoas parecem não perceber é que quanto maior a veemência com que negam o que estou dizendo, mais eles parecem uns xenófobos imbecis.

Parte 2: A hipérbole emocional

Isso me lembra de algo que me disseram logo antes de eu ir lá pela primeira vez: "Brasileiros são boas pessoas, você só não deve provocá-los". No começo não pensei muito sobre isso, mas depois de um tempo essa ideia soava meio estranha; certamente é apenas senso comum que você não provoque as pessoas. Me pareceu um conselho desnecessário. Então talvez ele deve ter tido a intenção de dizer que brasileiros são mais facilmente irritáveis? E reagem mais agressivamente?
Hoje em dia tenho certeza que era isso que ele quis dizer.

As descargas emocionais descontroladas que você verá lá podem ser embasbacantes. Eu fiquei impressionado com isso frequentemente. Mas o que é particularmente pertubador nisso é que na maioria das vezes tudo não passa de uma atitude teatral. Uma performance encenada, que depois de vista um certo número de vezes, começava a se tornar cansativa.

Mas os brasileiros gostam disso, o presidente deles, Lula, foi muito popular, em parte, por frequentemente cair em prantos publicamente. Na maioria dos outros países isso seria visto como algo embaraçoso, mas muitos brasileiros amam esse tipo de apelo emocional. Muitos deles gostam de chorar, então não é de se surpreender que um presidente chorão se torne muito popular.

Parte 3: A cultura sexualizada

Algo que fica bem claro logo que você chega ao país, é que sexo é um ponto alto em suas agendas. É uma cultura extremamente sexualizada em vários aspectos. Eles tem um estilo de vida exibicionista, em que pessoas gostam de mostrar seus corpos, mulheres usam bikinis de fio-dental, homens ficam malhando nas praias e por aí vai. Se você for em uma boate lá, não se surpreenda se alguém te encoxar, principalmente se você for uma mulher. A linguagem usada por eles é geralmente muito baixa e direta, constantemente se referindo a sexo. Podem ser palavras como viado, puta, tarado as primeiras que você vai ouvir. E normalmente são ditas de uma forma suja e insinuosa, como se sexo fosse a única coisa que importa na vida.

Na cultura popular isso também é evidente. Você tem o carnaval, com mulher nuas dançando ao seu redor, tem alguns estilos de música, como o Funk Carioca, onde as danças que eles fazem e as letras que cantam só podem ser descritas como sexo explícito. Totalmente sem restrições ou qualquer tipo de bom gosto, apenas uma descrição rasa de mulheres como nada além de vadias.

Se você é minimamente prudente, certamente não deve ir ao Brasil. Eu me lembro de uma vez ter encontrado um cara da Inglaterra no aeroporto do Rio. Ele era um Cristão mas tinha decidido voltar pro seu país antes do planejado por ter tido algumas experiências negativas. "Para muitos desses países de terceiro mundo eu realmente não posso esperar pela hora de ir embora"; ele disse - "Eu não podia mais aguentar isso. Digo, as pessoas só pensam em sexo. Será que não há mais nada na vida além de sexo? Que país insano".

Não sou tão sensível como esse Inglês quando o assunto é sexo; mas devo dizer que a descrição dele de um país superficial onde muitas pessoas tem uma fixação insana sobre sexo, é algo que com que eu devo concordar. Um assunto que sempre surge quando brasileiros conversam sobre como eles são vistos no mundo, é a imagem de prostituta que eles acham que a mulher brasileira tem. Isso mostra como eles tem ciência da imagem e do problema que o comportamento de muitos deles cria.

Parte 4: As brasileiras são prostitutas?

Sempre vejo discussões sobre mulheres brasileiras. Por experiência própria posso dizer que não considero que as brasileiras em geral tenham comportamento de vadias. A maioria delas são decentes pelo aspecto de muitas procurarem ter um relacionamento estável. A maior razão que ouço delas para que elas namorariam um estrangeiro, é porque os brasileiros não são homens fieis. Se isso é verdade ou apenas uma desculpa barata, é difícil para eu dizer, sendo um homem. Mas certamente acontece muita traição rolando quando você vê as novelas e programas deles. Frequentemente você vai ver na televisão brasileira que alguém foi baleado por causa de ciúmes.

De qualquer forma, acho que as músicas sentimentais e de corações partidos que eles ouvem no rádio e nos programas de TV tem um efeito de disparar todas essas emoções.

Então, acho que a mulher brasileira, em geral, é legal. Não são perfeitas em seu comportamento, mas também não são prostitutas, levando-se em conta qualquer padrão razoável.

No entanto, não é de se orgulhar ao dizer que existe um número consideravelmente grande de mulheres no Brasil que se comportam de uma maneira incomumente vulgar e desinibida. Não estou falando das que são realmente prostitutas, mas das que se exibem e entregam seus corpos por aí de graça. Essas são as que afundam a imagem do Brasil, muito mais que as prostitutas profissionais. Pelo menos as profissionais, muitas vezes são forçadas pelas circunstâncias a fazer o que fazem.

Em muitas culturas ao redor do mundo a mulher devia se fazer de difícil. Ela não devia ser tão fácil; é o jeito dela de dizer "Ei amigão, você pode até ficar comigo, mas eu tenho valor, então é melhor ser especial se você me quer". Dessa maneira ela se dá valor.

Se uma mulher pula na cama com um estrangeiro e declara seu amor para ele, ele não terá nenhum respeito por ela. E por uma boa razão; não só ele conseguiu o corpo dela facilmente, como uma coisa ainda mais importante: seu chamado, "amor", foi aparentemente entregue de graça. Para um homem, essa mulher não é nada além de um pedaço de carne. Ele vai querer ficar com ela pelo sexo, mas ele só ficará feliz por ela; ou com pena. Assim como muitas outras pessoas.

Eu não tenho problema com mulheres que transam com um cara só pelo prazer do sexo. Esse é um desejo físico natural. O que eu não suporto é se ela fala de amor imediatamente após abrir suas pernas pra um cara. Você não ama uma pessoa que acabou de conhecer. Se uma mulher começa com papinho romântico nessa hora, ela começa a demonstrar ser louca, fraca, ou desesperada por atenção, uma pessoa falsa ou envergonhada do próprio desejo sexual.
Ou, o que é pior, uma pessoa que iguala sexo e amor em todas as situações, mesmo quando o dá facilmente ou (indiretamente) o vende. Muitas mulheres brasileiras se comportam desse jeito. Isso é doentio na minha opinião. Quer dizer que se ela pode ser tão fácil e dada como você pode imaginar, mas ainda tem todo tipo de sonhos sobre amor e coloca uma pitada de romance na sua conduta suja. Como resultado disso, muitas mulheres são exploradas, tanto pelos homens de seu país, como por estrangeiros. É realmente muito triste que elas não tenham nenhum senso de valor como seres humanos. [me deu uma vergonha imensa ler isso...]

Pensando nisso, o comportamente de muitas mulheres brasileiras me lembra o comportamento de algumas mulheres que sofreram abuso durante a infância; que tiveram uma experiência traumatizante na infância que as machucaram por toda a vida. A irônia disso é que muitas delas continuam se deixando abusar mesmo quando adultas. Assistindo entrevistas com prostitutas e atrizes pornô elas frequentemente contam o porque de terem escolhido aquelas 'profissões'. Acaba que muitas delas dizem ter sido abusadas na infância; abusos que quebraram as barreiras delas de um comportamento normal. Algumas delas descrevem suas profissões como uma 'vingança' contra aqueles que abusaram delas, porque agora elas tem a sensação de terem controle sobre o que está acontecendo. Aparentemente elas não conseguem enxergar que continuam sendo abusadas, agora de novas formas.

Mulheres que se comportam desse jeito podem ser encontradas por todo o Brasil, embora eu deva dizer que essa é mais acentuadamente encontrada no norte ou nordeste do país. é onde você encontra as pessoas mais pobres e ignorantes. Especialmente vagabundas de classe média-baixa apresentam esse tipo de comportamento.

Parte 5: Os homens brasileiros são "machos"? (expressão utilizada comumente para caracterizar homens viris, especialmente no contexto latino conhecido mundialmente)

Os homens brasileiros são supostamente muito machos. Ou pelo menos é o que dizem, pelo fato de terem uma cultura latina. Mas os brasileiros, em sua maioria, não dão a impressão de serem assim de forma alguma. Ao contrário, eles são bastante fracos e femininos. Muitos deles são feminilizados; literalmente ou em suas atitudes.

Se você imagina que um macho é um homem agressivo, confrontador, dominante e daí em diante, vai se surpreender, porque a maioria dos brasileiros não são assim. No máximo, são um tanto evasivos e tem uma tendência irritante de se ofenderem facilmente - um tipo de comportamento, no mínimo suspeito.

Um das coisas que considero comportamento masculino é que você recebe críticas como um homem - isso é, de cabeça erguida, sem choramingar. Mas esses homens são vistos em poucas quantidades no Brasil, eles normalmente ficam tão tristinhos quanto as mulheres quando alguém perturba o seu mundinho da fantasia. Ver homens se comportando como mulherzinhas é uma coisa realmente triste de se ver.

Uma maneira de mostrar o quão "machos" eles são, parece ser traindo suas namoradas ou noivas. Isso não é atitude de homem de verdade, mas de um "puto" (sentido latino da expressão), que não passa nenhuma confiança. Não é de se espantar que tantas brasileiras se casem com estrangeiros.

Parte 6: A postura pseudo-intelectual

Um fenômeno peculiar que você provavelmente não vai notar de imediato, é a tentativa de muitos brasileiros de impressionar os outros com sua inteligência e sabedoria. Isso requer que você entenda Português a um certo nível para que perceba o nível de autopromoção, infantilidade, veja-como-sou-inteligente-eu-sou, de atitude que muitos deles possuem.

Enquanto o nível educacional aumenta gradualmente, também aumenta o número de brasileiros que se acham muito inteligentes - e querem mostrar isso. O resultado disso é que existem vários "filósofos" e "intelectuais" por aí que querem compartilhar sua grande sabedoria. Frequentemente citando Sócrates, Platão, Volteire ou algum outro filósofo Europeu famoso, para apimentar suas rasteiras e banais opiniões.

Hah! Isso é de matar de rir. Especialmente na cidade de São Paulo e na Região Sul do Brasil, você deve conhecer muitos desses cabeças de vento. É uma absolutamente uma praga.

No começo você pode rir disso, mas depois de conhecer 3 ou 4 desses moleques, que tentam mostrar desesperadamente seu conhecimento obscuro sobre algum assunto relacionado aos Vikings, à Revolução Francesa, Filosofia Grega ou qualquer outra coisa, começa a ficar muito cansativo. Esse tipo de lixo pseudo-intelectual é irritante. Eles se apressam para mostrar quão grande é seu conhecimento, mas quando um estrangeiro mostra que conhece algo sobre o Brasil, então esses hipócritas não gostam nem um pouco.

Parte 7: O complexo de inferioridade

Eu só posso concluir que os brasileiros tem algum complexo de inferioridade. O desejo de se mostrar fisicamente e intelectualmente, em busca de reconhecimento e a forte reação que um estrangeiro tipicamente encontra ao tocar em certos problemas, é uma prova disso. Séculos de opressão e abuso deixaram cicatrizes mentais que não foram apagadas ainda.

Só uma dica - ou algo entendido como ofensa súbita sem o ser - pode ser suficiente para ativar essa cachoeira de sentimentos de vergonha e inferioridade.

Isso me faz pensar se nós na Europa não subestimamos a consequência de 500 anos de exploração de diferentes partes do mundo. Penso que o dano psicológico feito nessas pessoas no processo de colonização foi mais profundo do que muitos imaginam. Eles parecem se sentir vítimas e claramente não gostam de pensar sobre isso, devido a uma negação fanática da realidade que as vezes lhes é mostrada.

Desculpa pessoal, mas em muitas situações brasileiros NÃO são legais com os estrangeiros. Não só quando ocorre um assalto casualmente nas ruas, mas em muitas outras situações cotidianas. Sei que você pode encontrar estrangeiros que falem com grande entusiasmo sobre como é um lugar lindo, mas eles normalmente são pessoas que precisam manter alguns brasileiros felizes, como sua namorada ou sua esposa. A ameaça de não conseguir sexo pode fazer com que muitos homens se desviem da verdade para agradar a "rainha" em casa.

Existem vários outros estrangeiros que vivem em algum país, odiando-o, nunca mais querendo voltar ali. Eu costumava ser um deles, até eu esfriar a cabeça e decidir dar uma segunda olhada naquele lugar. Você realmente não ouve falar desse tipo de pessoa no Brasil.

De qualquer forma, não estou reclamando. Eu conheço o país hoje, sei como conseguir o que eu quero dele e como evitar o mal que faz parte daquele lugar. Mas me sinto mal por aqueles babacas inocentes que só querem chegar lá sem saber como, digamos, quão exoticamente os brasileiros se comportam. Eles vão ter que aprender as coisas do jeito mais difícil, como eu fiz - a menos, é claro que eu esteja fazendo um grande favor à humanidade escrevendo essas coisas pra eles, então eles tem uma pequena chance de evitar certas experiências desagradáveis.

De certa forma, é uma grande pena, porque eu realmente gosto do Brasil e do seu povo; brasileiros podem ser amigáveis, hospitaleiros e animados baladeiros. Estou certo de que essa é a maneira que eles gostariam de ser vistos; pessoas felizes, amigáveis com quem você pode dar boas risadas, tomar umas. Mas isso é apenas parte da realidade daquele país; logo, as coisas não são completamente preto-no-branco. Tenho alguns bons amigos por lá.

Então se alguns brasileiros se sentirem ofendidos por isso, não devem levar para o lado pessoal. Como dizemos na Dinamarca;

Den man elsker tugter man / Os que você ama, você trata com rigor."

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Sexo e meninas são vendidos nas feiras da periferia

Título original: Meninas fáceis


E aí, leitor de 15 anos? Diga-me cá uma coisa: é verdade que as meninas hoje transam muito? Quantas já deram em cima de você, fazendo você se sentir um frouxo se "não comparecer" quando ela quiser?

Atenção terapeutas de plantão: não me venham dizer que as meninas hoje em dia "evoluíram" e que querem meninos sensíveis, porque, para elas, meninos sensíveis só são bons para tirar sarro. E que fiquem fora da cama delas. Ou seria fora do carro delas? E aí, leitora de 40 anos, você acha esse papo muito vulgar?

Mulher fácil.Sinto muito, as meninas "evoluíram" e agora são senhoras dos seus desejos e isso basicamente quer dizer: são fáceis. Quer saber? Acho uma hipocrisia ficar lamentando que as meninas estejam transando por aí. Todo esse estardalhaço com relação "as pulseiras do sexo" é puro blá-blá-blá. Se as meninas estão transando por aí, é porque dissemos a elas que isso é legal, não?

Vejamos. Mas, antes, um reparo.

Repito o que já disse: não acredito que se faça melhor sexo hoje em dia, acho sim que hoje existe muito marketing, muito papo furado, muita mulher sozinha que se veste pra si mesma num ritual macabro de vaidade e... muita gente brocha.

A chamada "revolução do desejo" serve para ganhar dinheiro com publicidade, livros de sexo chique e para aumentar a sensação, em seres humanos reais, de que todo mundo está transando menos você.

Mães de 50 anos se deliciam em vender a imagem de si mesmas como máquinas de sexo. Na realidade, no silêncio de seu quarto escuro, são umas invejosas, que queriam ser como suas filhas: mulheres fáceis.

Professoras inseguras com seus corpos cansados, atônitas com a inutilidade última de toda sua inteligência diante da chacina que é a vida cotidiana, invejam as suas alunas deliciosas que desfilam pernas e seios por aí, dançando a dança do acasalamento. Sim, deveriam tê-las avisado que a vida se repete exatamente naquilo em que ela é miserável: medo, inveja, baixa autoestima e abandono.

Cursos chiques trabalham o corpo para que ele seja fácil de manipular na cama, no carro, no banheiro.
Teorias psicológicas e filosóficas empacotam a vontade de ser fácil em papel de presente fingindo que existe mesmo uma coisa chamada "sexo revolucionário". E aí, quando os padres fazem sexo com meninos, os revolucionários de meia pataca põem o rabo entre as pernas e se escondem porque não têm coragem de enfrentar o horror do sexo "livre".

Não existe sexo livre, existe apenas sexo sem amor.

Comédias de TV idealizam mulheres urbanas que transam assim como quem corre em esteiras aeróbicas (ou seriam "anaeróbicas"?), calculando o "tamanho" de seus homens, se gabando, assim como homens boçais, da quantidade de vezes que gozam.

Músicas nas festas das escolas e nos aniversários de crianças cantam a banalidade dos gestos sexuais, fixando os olhos vazados das meninas no desejo de crescer o bastante para serem fáceis. Programas infantis ensinam a vulgaridade como forma de liberdade corporal na frente das câmeras.

Programas "teens" de TV elevam ao grau de guru quem transa aos dez anos, contanto que use camisinha. Pedagogas, sob o signo de preparar para a vida, barateiam os corpos das meninas ensinando sexo fácil como se fosse sexo seguro.
Salvem as baleias, as focas, o verde, o planeta, os "baby monkeys", mas transem fácil.

A forma como o aborto é tratado (todo mundo é a favor, menos os "tolinhos") é prova de como o sexo e as meninas são artigo vendido às dúzias nas feiras de periferia. É isso aí: mulher fácil é mulher barata.

Tem mais mulher do que homem no mundo (não estou seguro dessa informação, mas todo mundo diz que sim, principalmente as mulheres solitárias) e, com a liberação delas, o preço ainda caiu mais. A melhor coisa que existe para um cara que quer uma mulher barata é que ela pague suas contas.

Alguém precisa parar de mentir e avisar para essas meninas que a vida é uma chacina cotidiana. Que o envelhecimento chega sem que você espere, que o mundo fica repetitivo com o tempo, que as pessoas ficam previsíveis e que sexo fácil é sempre sexo sem amor. Avisem a elas que o amor é raro, difícil, caro, duro de encontrar, morre fácil, porque é sempre mal-adaptado num ambiente mais afeito a baratas do que a seres humanos.

Enfim, que uma das lutas contínuas da civilização é contra a indiferença porque homens e mulheres não são especiais e existem às dúzias por aí, a gargalhadas, como bonecos de cera sem graça.


Postado originalmente na Folha de São Paulo por Luiz Felipe Pondé em 3 de março de 2010