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sexta-feira, 9 de julho de 2010

O Lamento do velho Benjamin




e assim continuava pelo caminho aquele homem surrado, deprimido, malfalado, que inacreditavelmente ainda exprimia um sincero sorriso em seus lábios. essa é aquela estrada de solo tão virgem, onde tão poucos homens haviam trilhado,
a estrada daqueles que amam o conhecimento (logos), daqueles que amam (philos) a sabedoria (sophia)!





Já não cabe mais a qualquer formador de opinião bater na tecla da contemporaneidade utilitarista. É de sapiência de todos como as coisas hoje só adquirem sentido ou possuem valor agregado numa proporção direta à utilidade, proveito e realização que elas trazem para o receptor do que seja; uma informação, uma atitude, um pensamento, enfim...
Somos avaliados não por nossos pensamentos, nossos esforços, nossa dedicação, lealdade ou pelos fins que buscamos com qualquer ação, mas unicamente pelo efeito interpretado por cada cabeça diante daquela atitude.
Em termos práticos e atuais poderia citar aqui a eliminação do Brasil e a crucificação de Dunga, que notadamente procurou fazer um trabalho sério, coerente, diferenciado e exemplar. Mas isso de nada tem valor se o resultado não veio; sendo de fácil assunção o fato de que um técnico incompetente, desregrado e máu caráter seria coroado e ovacionado por todo o país caso conseguisse resultados mais eficazes que o primeiro.

Essa tendência é consequência direta da mentalidade atual de uso e descarte tanto de pessoas, como de coisas, situações ou pensamentos. Não importam os meios, desde que o fim seja aquele que eu desejo. Desejo que difere-se completamente de necessidade. Criamos metas, alimentamos sentimentos cegamente, e também cegamente agimos diante das atitudes, escolhas e meios escolhidos pela outra pessoa. O que ou como ela vinha agindo perde totalmente o crédito, desde que meu desejo, meta ou sonho não venha a ser atingido.

Traço esse, proveniente de incrível infantilização social e psicológica, fruto de uma sociedade que gera cada vez mais, crias treinadas para superar, rebaixar e desprezar quem se coloca na frente de suas ambições, emoções ou desejos insólitos. É aí que a razão, que já vinha sendo relegada a raros momentos de lucidez, é completamente extirpada de qualquer juízo de valor que se possa buscar. Uma cultura recheada de anseios, emoções, que naturalmente passará a dar lugar à ódio, rancor, ressentimento, com síndrome global de perfídia.

O que pode fazer então aquele que buscava honestamente cumprir com suas obrigações por si mesmo, e para si mesmo, baseado em sua moral geral, ética universal e outros princípios duramente lapidados por experiências das mais sórdidas?

Qualquer ser dotado do mínimo senso de justiça poderia citar inúmeras respostas para isso, mas a verdade, é que aquele que possui os atributos citados no parágrafo acima, nada mais pode fazer a não ser lamentar por esse infeliz e ingrato sentimento gerado por inegáveis males da caixa de Pandora e recluir-se, uma vez que o silêncio muitas vezes é a resposta mais efusiva e sincera de um homem que se conhece, confia em Deus e seus desígnios. Ao mesmo tempo, desejando que todos aqueles que dessa forma procederam tenham a infinita sorte ou divina luz, de com essas situações aprender, crescer, fortalecer-se, desejar o bem e jamais o mal, buscar consolo, entendimento e sabedoria, e não vingança e autodestruição (fim inegável de qualquer que busque o mal contra si ou seu semelhante)... como aquele homem certamente já havia feito tantas e tantas vezes em sua vida, ou do contrário, não teria qualquer condição de estar aqui lhes escrevendo isto.








'with great power comes great responsability'

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