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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Inner peace




Jamais entenderemos como algumas pessoas parecem não ter motivo algum para tal, mas são, de fato, surpreendentemente felizes e realizadas. A paz que vem do interior surpreende até o mais realizado dos homens e causa motivada inveja nos mais bem sucedidos. Algo que vem de nós? sim... Algo que depende somente de nós? não.

O fato de que o homem necessita de um complemento para sua anima é incontestável, e corroborado pelas escritas e experiências de diversos nomes que dispensam salvaguardas. O que mostra que o divino atua intrisecamente na realização plena do indivíduo, que deve por sua vez buscar que isso flua de dentro de si, e não para dentro de si.

["a causa da felicidade que provém de nós mesmos é maior que aquela proveniente das coisas"]
Metrodoro (primeiro discípulo de Epicuro)

A completude entre o interno e o externo deve ser guiada por preceitos básicos, de forma a eliminarmos do nosso redor, toda influência negativa que vá desviar de nosso foco o desejável, o puro, o louvável. Isso é possível diante de duas práticas: a primeira depende de uma escolha consciente pelos pensamentos que direcionam a mente exatamente para o foco desejado, de forma a construir em nosso interior um ambiente propício para a segunda prática, que é o processamento e interpretação das informações, estímulos e reações externas que são direcionadas a nós. É a forma de receber uma crítica, uma humilhação, um ataque psicológico ou físico, etc... Isso vem da capacidade e condição de cada um de interpretar as situações que porventura lhe acontecerem, e certamente, o homem que deseja superar isso deve estar preparado para tal, de antemão... nas palavras de Schopenhauer em seu livro "Aforismos para a Sabedoria de Vida", é dito:

"O mundo em que cada qual vive depende principalmente de sua própria interpretação desse e, assim, mostra-se diferentemente a homens diferentes; para um é pobre, insípido e monótono, para outro é rico, interessante e importante.
Por exemplo, apesar de muitos invejarem os acontecimentos interessantes que ocorreram ao longo da vida de um homem, deveriam, em vez disso, invejar seu dom de interpretação que imbuiu tais eventos com a significância que exibem enquanto os descreve. O mesmo evento que parece interessante ao homem de gênio seria somente uma cena monótona e fugidia do mundo corriqueiro quando concebida pela mente superficial de um homem comum."

Em suma, é preciso escolher ignorar e eliminar completamente (e não armazenar) o mal causado por essas influências, de forma a canalizar apenas o que é interessante para a construção do interior transformado, focado e direcionado para o bem. É claro, não é fácil de forma alguma ignorar completamente o que nos atinge, ou transformar isso em algo desejável. Assim como não é fácil amar quem nos dá motivos para odiar, ou escolher não ser indiferente ao sofrimento e à necessidade alheia. O meio mais efetivo a meu ver para atingir esse objetivo é a morte do ego, da necessidade de auto-promoção e auto-preservação. Claro que só é possível abandonar esse mecanismo natural de defesa uma vez que você o confie à divindade, que por sua vez tomará para si essa responsabilidade, esse fardo. Ao considerarmos o sacrifício feito por Jesus em sinal de remissão de todos os pecados e males já praticados e futuramente praticados pela humanidade, temos a chave que fecha com todo esse raciocínio. O que foi feito milhares de anos atrás produz frutos milagrosos na vida de quem se dispõe, ainda hoje. Isso é comprovado a cada dia pela minha própria vida e vivência, e pela de tantas pessoas ao meu redor.

Basta confiar, praticar e esperar.








"Todos estão confinados em sua própria consciência assim como estão confinados em sua própria pele." Arthur Schopenhauer

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